Por Zadir Marques Porto*- Ídolo de uma torcida, jogador inesquecível, é difícil se estabelecer esse paradigma ao longo dos anos devido às mutações que ocorrem no futebol, antes não tão corrido e onde se procurava mais a qualidade técnica do jogador. No futebol profissional de Feira de Santana encabeçado pela dupla Fluminense e Bahia, mas que também já contou com o Astro, Palmeiras Nordeste, Vasco e São Paulo, surgiram nomes expressivos guardados até hoje, na memória de muitos torcedores.
Falando apenas dos atletas natos da Cidade Princesa não se pode deixar de citar: Gilson Porto, Mundinho, Carlinhos
Malaquias, Val, Almeida, Renato Azevedo, Edinho, Zelito, Jorginho, Junior
Baiano, Jorge Wagner, Alex Alves, Fabio Baiano e Paulo Roberto, recentemente
falecido que talvez tenha sido tecnicamente o melhor.
Paulo começou nas peladas no campo da Palmeira,
bem próximo à sua residência na Rua Vasco Filho, no campo do Colégio Estadual e
no Campo dos Casados, todos nas imediações da Estação Rodoviária e atuou no futebol
amador local no Vasco, do técnico Setenta e Quatro, antes de ser levado para os
juvenis do Fluminense. Futebol elegante, toque lépido, drible milimétrico,
violência zero, pouca conversa, não ficou muito com a camisa do juvenil. No
time de cima e imediato Paulo fez “abrir os olhos” de vários clubes. O Bahia
saiu na frente oferecendo o zagueiro Fiscina e uma boa compensação financeira,
ao presidente do touro, Dilermando Simões, mas o Flamengo já estava com o nome
dele na agenda por indicação do técnico Walter Miraglia. Todavia foi o Vasco da
Gama que agindo com rapidez levou o craque. Isso em 1975. O lateral esquerdo
João Augusto, também viajou para o Rio, todavia não ficou em São Januário.
No clube da Colina, apesar da natureza sabia
fazer e formou no ataque do time principal: Fumanchu, Paulo Roberto, Roberto Dinamite,
Dirceu e Ramon. Houve outras formações, mas sempre com o jogador feirense na
meia e logo ele chegou a ser considerado como provável convocado para a Seleção Brasileira. Uma contusão no joelho direito, num jogo com o Flamengo, mudou o roteiro
da história.
Depois de uma cirurgia a volta no Campo Grande,
emprestado pelo Vasco, depois no futebol do Espírito Santo e o retorno ao Fluminense
de Feira, onde encerrou a carreira voltando a residir na rua Vasco Filho até o falecimento
no dia 10 de janeiro de 2024. Calado, respeitoso, discreto, amigo, sobretudo
técnico, Paulo Roberto foi, sem duvida, o grande nome do futebol local, talvez
sem o brilho ou o reconhecimento que merecia, exatamente pela sua forma
discreta de viver.
*Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.
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