Coluna Zadir Marques Porto
O comentarista esportivo ocupa uma importante função em uma equipe especializada, no papel de analista, em especial nas transmissões radiofônicas que, diferentemente das televisivas, não oferecem ao torcedor a oportunidade de acompanhar visualmente a movimentação dos jogadores em campo. Evidente que o narrador retrata o que está acontecendo, mas pela velocidade do jogo a intervenção do comentarista, com o necessário apoio do repórter de campo (ou repórteres) possibilita ao ouvinte uma ideia mais apurada do que fazem as duas equipes.
Há comentaristas e comentaristas, assim como narradores e repórteres, de diferentes estilos e linguagens, mas todos com o mesmo objetivo já dito. Mas nem sempre foi assim. Só no final da década 1920 as emissoras brasileiras passaram a dedicar maior atenção ao futebol. Em 1931 no campo do São Paulo, local conhecido como Floresta, a extinta Rádio Educadora Paulista transmitiu o jogo Seleção Paulista 6 x 2 Seleção Paranaense. O pioneiro foi Nicolau Tuma batizado de ‘Speaker metralhadora’. É que ele só, sem repórter nem comentarista, tinha que preencher todo o tempo de rádio durante o jogo falando ininterruptamente.
E um detalhe importante é que como as camisas não tinham numeração os atletas eram apresentados ao narrador, antes do jogo começar, para que o speaker os memorizasse! No jogo Brasil 3 x 2 Peru, em dezembro de 1936, pelo Campeonato Sul-Americano de futebol, em Buenos Aires, surgiu o comentarista esportivo: o gaúcho Ary Land, que ocupou o intervalo comentando pela Rádio Cruzeiro do Sul, de São Paulo. Até então os intervalos de primeiro para o segundo tempo eram preenchidos com música diretamente do estúdio! Portanto, Ary Land, natural do Rio Grande do Sul, foi o primeiro comentarista esportivo do Brasil!
Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.
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