terça-feira, 29 de abril de 2025

Há meio século a Bahia ganhava a primeira juíza de futebol

Coluna Zadir Marques Porto

Com o futebol feminino em alta, mostrando uma avançada evolução técnica, compatível com o futebol masculino e, do mesmo modo, árbitras de capacidade indiscutível, torna-se quase sem importância lembrar as agruras que enfrentaram, durante muito tempo, garotas que demonstravam interesse pelo futebol.  A presença feminina nos campos de futebol como atleta demanda  uma luta antiga no Brasil, por conta da sociedade que entendia ser  esse um esporte exclusivamente para homens, por considerá-lo ‘extremamente violento’, mas essa barreira não existia de  forma tão evidente em relação a outras modalidades como o basquetebol  e o voleibol, que  também utilizam a bola como instrumento de jogo e exigem, igualmente, intensa movimentação física.

Todavia, sem pleitear discussões sobre o tema já que razões para isso não existem, o objetivo é  rememorar que em 12 de janeiro de  1973  Eloisa Alves de Oliveira, foi a primeira mulher a se formar como juíza de futebol pelo Departamento de Árbitros da Federação  Bahiana de Futebol (FBF).  “Acho sim, que em todos os setores da vida a mulher deve aparecer. Não vejo por isso, nada de excepcional, em me formar na Bahia, embora reconheça a proibição do CND que não permite que mulheres apitem partidas oficiais’’  disse Eloisa  que tinha 25 anos e curso pedagógico  completo.  Portanto há  mais de meio século (53 anos) a Bahia tinha oficialmente a sua primeira juíza de futebol.

Um fato significativo que veio preceder o panorama atual. Na época da formação de Eloisa Alves de Oliveira, o Conselho Nacional de Desportos (CND) proibia a atuação de árbitras em jogos oficiais. Hoje elas trabalham em Campeonatos Estaduais, no Campeonato Nacional, e em outros certames,  até mesmo internacionais. Portanto, vale lembrar a formatura da primeira juíza de futebol da Bahia, por se constituir em um indispensável capítulo da história do futebol baiano e brasileiro.

Zadir Marques Porto é jornalista e radialista. 

 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Milhares de revistas de esportes – Um tesouro que pode se perder

Coluna Zadir Marques Porto

Para quem gosta de esportes, em especial o futebol, um tesouro dificilmente encontrado nos dias atuais, quando tudo se volta para o online e o papel, ou tudo que é impresso, vai ficando para trás como ‘trastes velhos’. São mais de dois mil exemplares de revistas especializadas em esportes, ameaçadas de um fim nada digno: no lixo ou, com mais sorte, vendidas a peso como papel velho e inservível.

Revista do Esporte, Manchete Esportiva, Esporte Ilustrado, Gazeta Esportiva e Placar, algumas delas com coleção completa - do primeiro ao ultimo numero -, em perfeito estado, acondicionadas e guardadas pelo empresário, radialista e desportista, Ivanito Rocha que já foi presidente do Bahia de Feira e da Liga Feirense de Desportos (LFD). As coleções foram deixadas por seu falecido irmão, o engenheiro Ivan Rocha, como ele um apaixonado pelo futebol.

A partir dos 8 anos de idade, na época morando na cidade de Mairi, Ivan Rocha passou a colecionar revistas especializadas em esportes e paginas de jornais sobre o mesmo assunto. Como na cidade não havia quem vendesse esses impressos o motorista de um ônibus intermunicipal levava as revistas para Ivan, relata Ivanito. Com a mudança da família para Feira de Santana ficou mais fácil a aquisição. Ivan Rocha estudou Engenharia, formou-se, teve sua empresa, mas nunca deixou a leitura de publicações referentes ao esporte, tanto que recentemente para desafogar um deposito Ivanito foi obrigado a vender cerca de 700 quilos de jornal, só a pagina de esportes, por um valor insignificante.

‘Fiquei triste, mas não tinha outra saída, a não ser jogar no lixo, o que não seria correto’ diz Ivanito lembrando que seu irmão também foi diretor do Bahia de Feira, logo no inicio da era profissional e muito o ajudou. Como a família do engenheiro não tem o menor interesse e ele teme que as revistas, embora selecionadas e embaladas, sofram a natural ação do tempo, resta a expectativa de que algum colecionador ou entidade, demonstre atenção pelo valioso material. Proprietário de vários imóveis em Feira de Santana,  Ivanito pretende adaptar um deles para melhor organizar e garantir a preservação das coleções deixadas pelo saudoso irmão.

Zadir Marques Porto é jornalista e radialista. 

Colunista do blog lança mais um livro

O acadêmico Djalma Dilton, também colunista deste   Blog Prosa Sobre Esporte,  tem encontro marcado com o seu leitor fiel. Retratos em preto...