Coluna Zadir Marques Porto
Com o futebol feminino em alta, mostrando uma avançada evolução técnica, compatível com o futebol masculino e, do mesmo modo, árbitras de capacidade indiscutível, torna-se quase sem importância lembrar as agruras que enfrentaram, durante muito tempo, garotas que demonstravam interesse pelo futebol. A presença feminina nos campos de futebol como atleta demanda uma luta antiga no Brasil, por conta da sociedade que entendia ser esse um esporte exclusivamente para homens, por considerá-lo ‘extremamente violento’, mas essa barreira não existia de forma tão evidente em relação a outras modalidades como o basquetebol e o voleibol, que também utilizam a bola como instrumento de jogo e exigem, igualmente, intensa movimentação física.
Todavia, sem pleitear discussões sobre o tema já que razões para isso não existem, o objetivo é rememorar que em 12 de janeiro de 1973 Eloisa Alves de Oliveira, foi a primeira mulher a se formar como juíza de futebol pelo Departamento de Árbitros da Federação Bahiana de Futebol (FBF). “Acho sim, que em todos os setores da vida a mulher deve aparecer. Não vejo por isso, nada de excepcional, em me formar na Bahia, embora reconheça a proibição do CND que não permite que mulheres apitem partidas oficiais’’ disse Eloisa que tinha 25 anos e curso pedagógico completo. Portanto há mais de meio século (53 anos) a Bahia tinha oficialmente a sua primeira juíza de futebol.
Um fato significativo que veio preceder o panorama atual. Na época da formação de Eloisa Alves de Oliveira, o Conselho Nacional de Desportos (CND) proibia a atuação de árbitras em jogos oficiais. Hoje elas trabalham em Campeonatos Estaduais, no Campeonato Nacional, e em outros certames, até mesmo internacionais. Portanto, vale lembrar a formatura da primeira juíza de futebol da Bahia, por se constituir em um indispensável capítulo da história do futebol baiano e brasileiro.
Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.