Coluna Djalma Dilton
HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DE PIGUIRRITA!
SÉRIE: TODO TÉCNICO É VILÃO! (III)
Nascido em Corumbá, Mato Grosso, em 28 de setembro de 1917, descendente de alemães. Antes de se dedicar ao futebol, iniciou a vida esportiva no boxe por um curto período; e, aos 18 anos, ingressou no Flamengo do Rio de Janeiro como goleiro.
Durante a década de quarenta, além do Flamengo atuou no Vasco da Gama, América e Andarahy, todos esses clubes daquele Estado.
Grandalhão, com sua altura de 1,85m, truculento e brigalhão, ganhou fama como um treinador "durão", rigoroso, que não tolerava atrasos nos treinos, não aceitava barbas criadas e nem cabelos compridos; sempre exibindo valentia.
Contraditório em suas decisões disciplinares, há relatos de que durante um treino no Cruzeiro de Minas Gerais, quando era treinador, ordenou que todos os atletas tomassem uma dose de conhaque para aquecer. Palhinha, que não era apreciador de bebidas alcoólicas, sentiu-se mal.
No mesmo clube, no mesmo período, evitava a utilização de Brito (o defensor Campeão Mundial em 1970) sob a alegação de que ele fumava; decisão que gerava descontentamentos entre os companheiros de equipe.
Embora seu anseio obsessivo de treinar a Seleção Canarinho, houve apenas uma chance, quando o Atlético Mineiro representou a Seleção Brasileira num amistoso contra a Seleção da Iugoslávia.
Quando o nosso representante perdia por 2x0 com apenas dez minutos de jogo, desenhando uma provável goleada, conseguiu uma virada espetacular, vencendo pelo placar de 3x2 - graças aos gritos ameaçadores do "homão".
Fernando "Macaco", um meio-campo feirense, nosso contemporâneo, contava sempre, quando foi treinado pelo "homão", não me recordo se foi pelo Democrata, América ou o Siderúrgico; numa partida de certa importância, terminando o primeiro tempo em desvantagem no marcador; durante a preleção do intervalo, os jogadores foram coagidos de maneira incomum, se não ganhassem aquela partida, não voltariam pelo transporte oficial do clube; todos teriam que voltar a pé ou cada um deveria providenciar seus próprios meios de transporte. E assim aconteceu.
Dorival (nada haver com o Dorival Jr.), é o Dorival Knipel, que ganhou fama ao herdar o nome de Yustrich, por causa da semelhança com um goleiro argentino.
Há muitas histórias bizarras sobre este bem-sucedido treinador, que conquistou não só no Brasil, mas também em Portugal. No entanto, nunca conquistou o carinho dos clubes pelos quais passou, devido a conflitos, desentendimentos com jogadores, dirigentes e a imprensa, apesar de ser evidente que por trás daquele brutamonte agressivo havia um grande coração amoroso, além do seu carisma.
Até que foi vencido pelo câncer, falecendo em 15 de fevereiro de 1990.
Djalma Dilton é escritor, poeta, compositor e cantor. Membro da Academia Brasileira de Artes Integradas. Ex-jogador do Bahia de Feira nos anos 1960 a 1962.
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