Coluna Zadir Marques Porto
Que o futebol mudou bastante, não resta a menor dúvida, aliás, como tudo tem mudado. Os antigos estádios, com aparência de verdadeiros monumentos, agora são chamados de ‘arena’. A bola ficou menor, mais leve, sem costuras e impermeável, as chuteiras parecem sapatos de boneca (brinquedo de criança de tão leves e macias), o uniforme (camisa, calção, meias) de material leve e fino. A arbitragem é feita por uma equipe dentro e fora do gramado, o VAR, que tira toda a autonomia do juiz central, para corrigir possíveis erros do mesmo, só que, em alguns casos, que não são raros, o VAR, em vez de corrigir, acrescenta mais erros aos já ocorridos.
Mas tudo isso é consequência de mutações consideradas essenciais para modernizar o mais popular esporte do planeta. E aqui não vamos falar em salários e outras coisas que estão no patamar do absurdo e sim, lamentar o desaparecimento dos bons cobradores de falta do passado e dos “monstros” ou “cavalos” como eram chamados alguns jogadores, pela potência do chute. Vale lembrar o gaúcho Éder, o sergipano Lima, o mineiro Nelinho, o paulista Pepe, e o feirense Gílson Porto, capazes de vazar o gol adversário à longa distância com potência e precisão.
Hoje, vez por outra, acontece um gol de fora da área, mas nada igual ao feirense Gílson Porto que na inauguração do estádio Beira Rio, em Porto Alegre, no jogo Internacional com o Benfica de Portugal, arrombou a rede nova que mal havia acabado de ser colocada com uma “bomba” do meio da rua. E para não ir longe, aqui mesmo em Feira de Santana: Nena, Coruja, Tanguinho, Almeida, Gilberto, Mona e outros assombravam com a potência dos seus chutes, principalmente os canhotos, coisa que a ciência ainda não esclareceu.
Talvez o treinamento moderno em ‘campo reduzido’ e toquinhos ou a tal base, tida como essencial para a formação do jogador, tenha a ver, talvez também não tenha. Fato é que os “emissores de bombas” com os pés, principalmente os canhotos (esses eram demais) desapareceram, e com isso uma boa parte da beleza do futebol.
Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.
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