Coluna Zadir Marques Porto
O futebol - esporte das multidões -, como é sabiamente denominado pela sua universalidade, é gerador de paixões, até inexplicáveis, e condutor de homens e mulheres - independente de idade e condição social -, às praças esportivas para torcer pelas equipes que admiram. Dentro e fora de campo há uma enorme competição física e emocional.
Surgem, assim, fatos e eventos que extrapolam o calendário, dias, meses e anos, permanecendo na lembrança do torcedor e, também, do cronista. Lá pelos anos 60, do século passado, vivendo uma grande fase, o Fluminense de Feira contava com um atacante “entortador”. Jogando pela direita, o ponta Chumbinho (Odenilton Vitor Gomes) fazia muitas vezes o marcador sair de campo “empenado”.
Um destes, o zagueiro do Bahia, Roberto Rebouças, famoso pela violência e deslealdade empregadas em campo. Incapaz de conter o atacante tricolor o atingiu deliberadamente na perna direita, causando uma dolorosa fratura e longa inatividade em severo tratamento. Meses depois, refeito, Chumbinho caminhou 120 km de Feira de Santana à igreja de Senhor do Bonfim, em Salvador, para agradecer a recuperação.
Surpreendentemente na porta do templo estava uma figura alta e vigorosa. Era Roberto Rebouças que com lágrimas a correr pela face pediu perdão ao atacante tricolor. Uma cena emocionante flagrada por fotógrafos, repórteres e torcedores. Chumbinho, como bom cristão, aceitou o pedido do zagueiro. Trocaram um abraço emocionado, mas o futebol de Chumbinho nunca mais!
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