quinta-feira, 25 de abril de 2024

Exclusivo: Na lembrança do torcedor e, também, do cronista

Coluna Zadir Marques Porto

O futebol - esporte das multidões -, como é sabiamente denominado pela sua universalidade, é gerador de paixões, até inexplicáveis, e condutor de homens e mulheres - independente de idade e condição social -, às praças esportivas para torcer pelas equipes que admiram.  Dentro e fora de campo há uma  enorme competição física e emocional.

Surgem, assim, fatos e eventos que extrapolam o calendário, dias, meses e anos, permanecendo na lembrança do torcedor e, também, do cronista. Lá pelos anos 60, do século passado, vivendo uma grande fase, o Fluminense de Feira contava com um atacante “entortador”. Jogando pela direita, o ponta Chumbinho (Odenilton Vitor Gomes) fazia muitas vezes o marcador sair de campo “empenado”.

Um destes, o zagueiro do Bahia, Roberto Rebouças, famoso pela violência e deslealdade empregadas em campo. Incapaz de conter o atacante tricolor o atingiu deliberadamente na perna direita, causando uma dolorosa fratura e  longa inatividade em severo tratamento. Meses depois, refeito, Chumbinho caminhou 120 km de Feira de Santana à igreja de Senhor do Bonfim, em Salvador,  para agradecer a recuperação.

Surpreendentemente na porta do templo estava uma figura alta e vigorosa. Era Roberto Rebouças que com lágrimas a correr pela face pediu perdão ao atacante tricolor. Uma cena  emocionante  flagrada por fotógrafos, repórteres  e torcedores. Chumbinho, como bom cristão, aceitou o pedido do zagueiro. Trocaram um abraço emocionado, mas o futebol de Chumbinho nunca mais!

Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.  

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