segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Exclusivo: Um dos mais técnicos e valentes centroavantes do futebol brasileiro!

Coluna Zadir Marques Porto

Considerado um dos mais técnicos e valentes centroavantes do futebol brasileiro, o que lhe deu fama internacional, o mineiro Heleno de Freitas, o craque-galã, também foi rotulado durante muito tempo como brigão, irresponsável, namorador, beberão. Um péssimo exemplo de um verdadeiro craque que jogava com extrema dedicação e volúpia. Heleno de Freitas que jogou em Feira de Santana pelo Botafogo de Futebol e Regatas, ficou com essa fama negativa até o final da vida, aos 39 anos em 8 de novembro de 1959, mas poucos sabiam da sua verdadeira história. Ele teve a mente consumida pela sífilis que o deixou praticamente louco.

Aos oito anos de idade em São João Nepomuceno, Minas Gerais, Heleno começou a se destacar, jogando com garotos mais velhos. Era meio-campista que atuava com velocidade e estava sempre chegando ao ataque. Com a morte do pai Oscar Freitas, que era comerciante de café e a ida de sua mãe dona Maria Rita, com os filhos para o Rio de Janeiro, o garoto valente, bom de bola e torcedor do Botafogo iniciou sua trajetória no futebol.

O Fluminense foi o primeiro time de Heleno de Freitas em 1938, com o técnico uruguaio Carlomagno, que decidiu tirá-lo do meio de campo e lançá-lo como center-forward (centroavante) a posição que iria consagrá-lo. Em 1945 pela primeira vez vestiu a camisa da Seleção Brasileira em Santiago, Chile, pelo Sul-Americano na vitória sobre a Colômbia por 3 x 0. Era considerado ‘deus e o diabo’ ao mesmo tempo, pelo seu temperamento hipersensível, mas desconhecia-se a origem do comportamento cada vez mais instável.

Brigava com os colegas por uma bola mal passada, se indispunha com o treinador e dirigentes ganhando por isso o apelido de “Gilda”, uma mulher temperamental interpretada por Rita Hayworth no filme com o mesmo nome da personagem. Depois de oito anos no Botafogo, clube do seu coração e de muitas brigas, até mesmo com o presidente Carlito Rocha, Heleno foi vendido ao Boca Juniors da Argentina.

Casou-se com toda pompa com a noiva Hilma, mas seu casamento pouco durou, assim como sua ida para o Boca. Em 1948 estava de volta apesar do enorme prestígio em Buenos Aires. O problema da sífilis já era conhecido no ambiente do futebol e o Vasco abriu-lhe as portas, indo ele se deparar com o técnico Flavio Costa, com o qual já havia brigado. Promessa de paz e no cruzmaltino foi campeão carioca o que nunca conseguiu no Botafogo.

Nova briga com Flavio Costa, a terceira. Com proposta milionária foi para o Barranquilla, da Colômbia, atuando metade da temporada. O Santos foi seu penúltimo clube e o América carioca o ponto final. A sífilis cerebral ganhara a luta contra o jogador símbolo de elegância que se esquecia de ir aos treinos, devido à doença. Já não havia o que fazer e o América fez o  gastar muito. Após muita fama, luxo e dinheiro, Heleno teve que ser internado graças a amigos e irmãos. Voltou a Minas Gerais, onde ficou em tratamento na cidade de Barbacena  e ali faleceu. Foi sepultado na cidade de São João Nepomuceno, sua terra natal.

Zadir Marques Porto é jornalista e radialista. 

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