terça-feira, 17 de setembro de 2024

Exclusivo: Mais certeiro e veloz ao definir seus lances de perigo

Coluna Alê Alves

Por vezes, o Esporte Clube Bahia aparenta ter afinco em brincar sadicamente com o coração de seu torcedor. Parece até uma brincadeira de tom sarcástico, no qual o felino tem a presa e finge que a soltará, para tomá-la de volta em suas garras e tê-lo novamente por definitivo.  

Sem vencer a quatro jogos no Campeonato Brasileiro, esse gato afastou sua presa e a fez se sentir desgostosa, desesperançosa, para então bater o Clube Atlético Mineiro com tamanha soberania, que agarrou novamente e lembrou quem manda, quem é o "titeriteiro".

Ora, não me leve a mal, mas o futebol nos faz de bonecos de ventríloquo, e o títere está em campo (ou às vezes na beira dele)  controlando nossas respostas e emoções, apenas pelo prazer de brincar.

Fato é que, com toda inoperância e marasmo que o Bahia demonstrou na última quarta-feira (11) contra o Flamengo, não era de se esperar que Rogério Ceni mantivesse as mesmas onze peças iniciais contra o Galo, seja por otimismo tolo, seja pelo intuito de proteger seus comandados e mostrar que há confiança de sua comissão para com os jogadores titulares que ali estão, e que começaram a partida de (domingo, 15) .

Um losango na meia-cancha nunca foi, admito, meu modo favorito de trabalhar o jogo ofensivo. Todavia, não sou o técnico (como muito provavelmente não serei) e reconheço que diante de peças de pouca explosão física, mas de qualidade de passe e visão de campo aprumada, é o que se pode fazer para municiar melhor o setor ofensivo. E não dá para dizer que este não funcionou na partida, pois, fora a pressão de atuações murchas anteriores, o time esteve atento em pressionar o adversário e construir já a partir do campo de ataque.

Contudo, ignorando as vaias do torcedor tricolor ao fim da etapa inicial e sabendo da ausência de Biel como substituto imediato no flanco canhoto do ataque, Ceni optou por manter a equipe igual para a etapa final, e só para provocar o coração da presa, o felino que a fez sofrer por 45 minutos, resolveu agarrá-la de volta na parte final: Em 12 minutos, dois tentos haviam amansado o peito do torcedor na Fonte Nova, e é difícil dizer agora que o técnico não precisa ser "burro e teimoso" de vez em quando. Mas talvez, seja a hora de dar mais minutos a Rodriguez, que selou o triunfo, e entender que o Bahia continua sendo o time que é soberano em posse de bola e volume no meio-campo, mas que deve ser (assim como um felino) mais certeiro e veloz ao definir seus lances de perigo. No domingo deu certo, mas não foi perfeito. Se depois de tantas décadas o Bahia pode retornar à maior competição continental, não pode ser o excesso de preciosismo ofensivo a causa do impedimento deste sonho. Que seja então como um leopardo: Atento, rápido e certeiro. Se for cercar, que seja discreto. Se for agir, que seja letal. E que essa letalidade se transforme em G-4 novamente; de preferência, sem tanto sofrimento.


Alê Alves, 25 anos, baiano da roça e estudante de jornalismo, repórter de campo da  Rádio Sociedade News FM, reforçando a equipe "Os Diplomatas do Rádio". Redator do site Diplomatas News, apresentador do programa de pré-jogo aos domingos "Esperando a Bola na Rede". Estudioso da bola, aficionado por futebol americano, Fórmula 1, basquete e outros mais. Amante do futebol alternativo,  e de rock, cinema e música pré anos 90.

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