Coluna Zadir Marques Porto
Como tudo na vida o futebol tem sofrido
modificações ou modernizações, não apenas estruturais, como jurídicas e de um
modo geral, adaptando-se à contemporaneidade ou às necessidades da época. Quem
já tomou muito sol na cabeça, sentado em desconfortáveis arquibancadas de
cimento, e muita chuva também, isso há 40 ou 50 anos passados por certo jamais
iria imaginar os colossais estádios de hoje, cobertos e com altos níveis de
comodidade.
Mas esse preâmbulo - uma
espécie de preliminar -, visa falar sobre essa renovação no esporte das
multidões o que inclui o surgimento, em todo o amplo território nacional de
clubes, talvez sem a necessária estrutura e a indispensável adesão popular que
capacita uma agremiação a se tornar legítima representante de uma comunidade,
uma cidade, uma região. Como empreendimento que busca retorno financeiro,
surgem agremiações, outras são abrigadas pelo sistema SAF (Sociedade Anônima do
Futebol).
Nada contra isso, que faz parte
da globalização, dos novos tempos, apenas queremos lembrar que o respeito
internacional obtido pelo futebol brasileiro advém de entidades seculares, ou
quase, cujas cores vestem física e espiritualmente, como um manto eternal, suas
torcidas.
Assim, vale relatar, até porque é
possível que alguém não tenha conhecimento, o surgimento de algumas das mais
tradicionais entidades futebolísticas. No Rio de Janeiro, o Flamengo foi
fundado em 1895, o Vasco da Gama em 1898, o Fluminense em 1902, o Botafogo e o
América em 1904.
Na Bahia, o E.C. Vitória foi fundado em 1901, oriundo do Clube Criquete Vitória. O Bahia surgiu em 1931. Em Minas Gerais, o Clube Atlético Mineiro (1908), América (1912) e o Cruzeiro (1921). Em Pernambuco, o Sport CR (1905), Náutico (1906), Santa Cruz (1914). No Paraná o Curitibano, atual Curitiba (1909). Por isso mesmo, com tamanha longevidade alcançada equipes como Palmeiras, São Paulo, Corínthians, Internacional, Grêmio, Ceará, Fortaleza, Remo, Paissandu, Portuguesa de Desportos, Treze de Campina e tantas outras levam milhares de adeptos aos estádios. Esse fenômeno talvez as novas agremiações também consigam, mas quando?
Zadir Marques Porto é jornalista e radialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar.Querendo volte sempre!