terça-feira, 13 de agosto de 2024

Exclusivo: No esporte desceu todos os degraus possíveis!

Coluna Zadir Marques Porto

Com cerca de 700 mil habitantes, ou até mais, embora pelo censo do IBGE esteja abaixo disso, estimados em torno de 650 mil, aspecto contestado com veemência por observadores locais, Feira de Santana vive um momento de indiscutível estagnação no campo esportivo e de forma ampla, ou mais especificamente, tanto no amadorismo como no profissionalismo.

Com o melhor estádio do interior do Estado e três equipes profissionais: Fluminense, Bahia de Feira e Feirense, responsáveis por três Títulos Estaduais (Flu1963/1969) Bahia (2011), a cidade vive um grande vazio, já que os seus representantes só terão alguma atividade, provavelmente, no segundo semestre de 2025 nas disputas da Segunda Divisão.

E há uma incógnita até o momento em relação ao Bahia de Feira, já que não está muita clara a posição da sua diretoria, havendo quem afirme que o clube se afastará das disputas. Deixamos evidente que não consultamos a direção do antigo ”bicho-papão do interior” e atual “tremendão”, baseando-nos em noticiários esportivos.

Mas não é só o futebol profissional que padece na “Cidade Princesa”, o amadorismo segue a mesma trilha. O tradicional Campeonato Local, promovido pela Liga Feirense de Futebol (LFD) com 12 fortes equipes, foi disputado pela última vez em 2019, ficando o São Paulo com o titulo. No Intermunicipal a participação da Seleção Feirense tem sido frustrante.

Esta situação faz lembrar áureos tempos em que Feira de Santana tinha potencial presença no futebol de salão (hoje futsal), basquetebol, voleibol, handebol, ciclismo, natação, judô, karatê, corrida de rua, halterofilismo, marcha atlética, luta livre, salto e outros esportes considerados menores. No futebol profissional os jogos do Fluminense e do Bahia de Feira levavam grandes plateias ao Joia da Princesa. Os Jogos Abertos do Interior aqui surgidos, tornaram-se um exemplo para o País. Mas a cidade cresceu, cresceu de forma excepcional, tornou-se METRÓPOLE de forma indiscutível, com letras maiúsculas. Crescimento na economia, graças ao grandioso comércio, seguido pelo fator industrial.

Logo, tornou-se pólo nas áreas da saúde e da educação, mas no esporte desceu todos os degraus possíveis! A desenfreada especulação imobiliária, ou para não ser tão rigoroso, o necessário crescimento urbano, decretou com um violento golpe a extinção de dezenas e dezenas de campos de futebol (de areia), que existiam na parte central da cidade e foi além atingindo bairros e até os distritos mais próximos.

Este talvez tenha sido o fator preponderante para o vazio que o esporte feirense sofreu, aliando-se a isso, as mudanças ocorridas na sociedade pós-globalizada, com internet, inteligência artificial, famosos da televisão, influenciadores digitais e tantos outros itens que fazem parecer extremamente distantes as três últimas décadas - não como apenas 30 anos -, mas como um longo período de mais de um século! Voltar no tempo, dizem que é possível e a ciência, ou pelos menos alguns dos integrantes deste seleto grupo admitem isso, mas a nossa realidade é esta: o esporte em Feira de Santana parece ter sido absorvido por um “buraco negro!”

EM TEMPO: A esperança da torcida feirense agora passa a se concentrar no FSA-FC, comandado pelos desportistas Jaderson e Jorge Wagner, este ex-jogador do São Paulo, Bahia e clubes do exterior. O novo tricolor,  já regularizado na FBF e CBF, disputa este ano as categorias sub-15 e sub-17, mas com planos de participar do Campeonato Baiano da Segunda Divisão de profissionais em 2025 e ascender à elite do estadual.

Zadir Marques Porto é jornalista e radialista. 

Um comentário:

  1. Excelente comentário, de fato Feira de Santana carece não só de incentivo público como também do setor privado para o desenvolvimento do esporte em todos os setores.

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