segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Mais do que uma Taça, é pela carga histórica: É tempo de Botafogo!

Coluna Alê Alves

Passado o êxtase, passado o frisson e toda euforia que se fez necessária (e até obrigatória), temos que lembrar quão importante é mostrar para essa estrela que ela não é - nem nunca foi solitária.

Décadas de administrações danosas, sequências de erros de gestão financeira e esportiva que sangraram um clube que, de alicerce gigante para a construção da cultura vitoriosa do futebol nacional, tornou-se abatido e adormecido, respirando por aparelhos durante muitos anos. E não havia outra torcida de peso em terras tupiniquins tão machucada, flagelada e desconfiada que a do Botafogo. A insegurança e o peso dos fracassos e a quantidade de 'quases' transformaram o botafoguense em uma persona de resistência e medo contidos; quase como um veterano de guerra. 

Ninguém mais merecia conquistar tanto do que o torcedor que viu, há um ano, a maior derrocada em um campeonato de pontos da história do jogo, ser protagonizada justamente pelo seu clube do peito. Mas talvez fosse esta a provação maior. Para mostrar quão forte foram aqueles que resistiram e permaneceram até causar justa a História que foi escrita. 

Se Euclides da Cunha afirmou que o sertanejo é antes de tudo um forte, podemos afirmar que o botafoguense é antes de tudo um corajoso.

É difícil dimensionar, por enquanto, o tamanho de tudo isso para quem nunca o teve. É como ter acesso à festas de classe alta no qual nunca se teve a ficha de VIP, e agora se tem. Agora há uma mesa em que o Botafogo volta a se sentar para ser respeitado  como a tradição e história de construção dessa instituição pede. E como dizem os otimistas, 'e o pior Botafogo dos próximos anos'.

Não há mais azar resguardado, não há mais mística ou maldição. Não há mais falência decretada, torcida amargurada, sapos enterrados, 33 reais guardados no caixa e amadorismo funcional. Agora há um Botafogo de Futebol e Regatas e sua torcida que se mostra gigante. Em uníssono, eles se reergueram.

E este que vos escreve também.


Alê Alves, 25 anos, baiano da roça e estudante de jornalismo, repórter de campo da  Rádio Sociedade News FM, reforçando a equipe "Os Diplomatas do Rádio". Redator do site Diplomatas News, apresentador do programa de pré-jogo aos domingos "Esperando a Bola na Rede". Estudioso da bola, aficionado por futebol americano, Fórmula 1, basquete e outros mais. Amante do futebol alternativo,  e de rock, cinema e música pré anos 90.

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